Rádio:

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Minha DESNEcesárea:

Desculpem o poste longo mais é um desabafo de uma mãe que desdo inicio da gravidez sonhou com o parto normal

Bem, comecei meu pré natal com 7 semanas de gravidez, fiz todos os exames que o médico me passou 
seguir a risca todas as recomendações, sempre sonhei pra mim uma gravidez tranquila longe de dores de cabeça com isso e aquilo. 
Quando estava de 4 meses, TENTEI falar com meu médico sobre o grande dia, ele praticamente mandou eu cuidar da decoração que ele cuidaria do meu parto, ok (: 
Pensei comigo, "vou insistir no parto normal e pronto", passou os meses e em meio a conversas eu fui 
deixando claro que eu gostaria muito de trazer meu filho do jeito mais natural possível, ele franzia a testa mais não abria a boca pra dizer uma palavra
Foi então no 8° mês que ele chegou com a bomba, que eu teria que ter meu filho te parto cesário pois eu tinha pressão alta, e logo marcando a data pra chegada do meu pequeno, ok 
pelo que eu me lembrava, pressão alta era perigoso.. mas não, por pura distração minha deixei passar algo tão importante quanto, cheguei até a procurar outro obstetra pra saber a opnião dele mais ele simplesmente falou que não pegava Pré-natal acima de 20 semanas 

"A pré-eclâmpsia pode se sobrepor a uma hipertensão crônica pré-existente, quando então é dita pré-eclâmpsia superposta. Somente a pressão alta não permite o diagnóstico de pré-eclâmpsia. Existe a hipertensão gestacional, em que surge a hipertensão no final da gravidez e que é transitória, não se associa com proteinúria, nem riscos maiores para a mãe e para o bebê. Nessa circunstância, recomenda-se tranqüilizar a gestante, realizar os exames para afastar pré-eclâmpsia, avaliar o bem-estar fetal, e pode-se aguardar o trabalho de parto espontâneo. A hipertensão gestacional não indica a cesariana, e habitualmente também não requer a antecipação do parto, exceto se os níveis tensionais estão muito elevados (por exemplo, 160x110mmHg ou mais)."

Em nenhum momento meu médico me tranquilizou, em nenhum momento ele me deu opções 
não respeitou minha vontade

O meu "parto":

Traumatizante, no meu relato de parto não quis entrar mas afundo na situação, maquiei de bom parto 
pra não aumentar meu sentimento de frustração com tudo, no dia depois ao parto senti uma tristeza tão grande por não ter sido nada do que imaginei pra mim o pro Rafael, me sinto culpada e não ter lutado com todas minhas forças contra o médico, arrasada 
Digo se não fosse pelo Rafael, aquela teria sido uma das piores experiências da minha vida 

Violência obstétrica:

a) Episiotomia de rotina É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
b) Cesariana desnecessária É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
c) Ocitocina de rotina É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
d) Obrigar o parto em posição de litotomia (posição ginecológica) É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
e) Amarrar a mulher à mesa de parto ou de cirurgia É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
f) Kristeller É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
g) Fórceps de rotina, sem indicação, É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
h) Amniotomia de rotina, toque sem avisar à parturiente, qualquer procedimento sem obter autorização da mulher É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
i) Puxos dirigidos também SÃO VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
j) Ficar "estirando" o períneo no parto É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
k) Não permitir ou limitar a presença de acompanhantes, incluindo doulas, É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
l) Não seguir os dez passos para a humanização do parto e do nascimento É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA;
m) Afastar mãe e bebê, não permitir o contato precoce pele-a-pele e submeter o RN a procedimentos desnecessários também É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA..

Marquei de vermelho o que aconteceu comigo
Glossário:
- posição de litotomia = posição ginecológica
- ocitocina = soro que acelera o parto
- kristeller = manobra em que empurram a barriga da mulher, forçando o bebê
- amniotomia = romper a bolsa artificialmente
- puxos dirigidos = ficar falando pra mulher fazer força sem o corpo estar com vontade
- RN = recém nascido


“A natureza não sabe nada sobre traumas. A mãe precisa de um ambiente tranqüilo, ficar numa posição que favoreça um caminho mais fácil para o bebê sair do seu corpo e chegar ao mundo num ambiente de paz.”

(Janet Balaskas)
Todo momento na sala, havia conversa alta, risadas 
Não deixaram meu marido filmar o parto, só bater foto 
devo imaginar o porque...


Algumas desculpas utilizadas pelos profissionais para realizar uma DESNEcesárea (em ordem alfabética)

1. Abdominoplastia prévia
2. Aceleração dos batimentos fetais
3. Adolescência
4. Ameaça de chuva/temporal na cidade
5. Anemia falciforme
6. Anemia ferropriva
7. Anencefalia
8. Artéria umbilical única
9. Asma
10. Assalto ou outras formas de violência (gestante ou familiar foi vítima de assalto, então o bebê pode ficar estressado)
11. Bacia "muito estreita"
12. Baixa estatura materna
13. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso
14. Bebê alto, não encaixado antes do início do trabalho de parto
15. Bebê profundamente encaixado
16. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto
17. Bebê "grande demais" (macrossomia fetal só é diagnosticada se o peso é maior ou igual que 4kg e não indica cesariana, salvo nos casos de diabetes materno com estimativa de peso fetal maior que 4,5kg. Não se justifica ultrassonografia a termo em gestantes de baixo risco para avaliação do peso fetal).
18. Bebê "pequeno demais"
19. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe)
20. Calcificação da sínfise púbica (alegando-se que ocorreria em TODAS as mulheres com mais de 35 anos, impedindo o parto normal)
21. Candidíase
22. Cardiopatia (o melhor parto para a maioria das cardiopatas é o vaginal)
23. Cesárea anterior
24. Chlamydia, ureaplasma e mycoplasma
25. Circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade dos ultrassonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso)
26. Cirurgia gastrointestinal prévia
27. Colestase gravídica
28. Coleta de sangue do cordão umbilical para congelamento e preservação de células-tronco
29. Colo grosso, colo posterior, colo duro, colo alto e (paradoxalmente) colo curto
30. Colostomia
31. Conização prévia do colo uterino
32. Constipação (prisão de ventre)
33. Cálculo renal
34. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas (incluindo aniversário do obstetra)
35. Datas significativas como 11/11/11 ou 12/12/12 (ainda bem que a partir de 2013 precisaremos esperar o próximo século)
36. Diabetes mellitus clínico ou gestacional
37. Diagnóstico de desproporção cefalopélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto e antes da dilatação de 8 a 10 cm
38. Dorso à direita, dorso posterior, ou dorso em qualquer outro lugar
39. Edema de membros inferiores/edema generalizado
40. Eletrocauterização prévia do colo uterino
41. Endometriose em qualquer grau e localização
42. Epilepsia e uso de qualquer droga antiepiléptica
43. Escoliose
44. Espondilite anquilosante – Qualquer espondiloartropatia
45. Estreptococo do Grupo B (EGB) no rastreamento com cultura anovaginal entre 35-37 semanas
46. Exérese prévia de pólipos intestinais por colonoscopia
47. Falta de dilatação antes do trabalho de parto
48. Feto com "unhas compridas"
49. Feto morto
50. Fibromialgia
51. Fratura de cóccix em algum momento da vida
52. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come)
53. Gestação gemelar com os dois conceptos, ou o primeiro, em apresentação cefálica
54. Gravidez não desejada
55. Grumos no líquido amniótico
56. HPV (só há indicação de cesárea se há grandes condilomas obstruindo o canal de parto)
57. Hemorroidas
58. Hepatite B e hepatite C
59. Hiperprolactinemia
60. Hipertireoidismo
61. Hipotireoidismo
62. História de cesárea na família
63. História de câncer de mama ou câncer de mama na gravidez
64. História de depressão pós-parto
65. História de natimorto ou óbito neonatal em gravidez anterior
66. História de trombose venosa profunda
67. História familiar de fibrose cística do pâncreas
68. Idade materna "avançada" (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos)
69. Incisura nas artérias uterinas (pesquisada inutilmente, uma vez que não se deve realizar dopplervelocimetria em uma gravidez normal)
70. Infecção urinária
71. Inseminação artificial, FIV, qualquer procedimento de fertilização assistida (pela ideia de que bebês "superdesejados" teriam melhor prognóstico com a cesárea) - motivo pelo qual esses bebês aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal
72. Insuficiência istmocervical (paradoxalmente, mulheres que têm partos muito fáceis são submetidas a cesarianas eletivas com 37 semanas SEM retirada dos pontos da circlagem)
73. Laparotomia prévia
74. Líquido amniótico em excesso
75. Magreza da mãe
76. Malformação cardíaca fetal
77. Mecônio no líquido amniótico (só indica cesariana se houver associação com padrões anômalos de frequência cardíaca fetal, sugerindo sofrimento fetal)
78. Mioma uterino (exceto se funcionar como tumor prévio)
79. Miscigenação racial (pelo "elevado risco" de desproporção céfalo-pélvica)
80. Neoplasia intraepitelial cervical (NIC)
81. Obesidade materna
82. Obstetra (famoso) não sai de casa à noite devido aos riscos da violência urbana
83. Paciente “não tem perfil para parto normal”
84. Paciente “não ajuda para o parto normal” (momento vidente ON: “no fundo ela quer cesárea”)
85. Parto "prolongado" ou período expulsivo "prolongado" (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra). O diagnóstico deve se apoiar no partograma. O próprio ACOG só reconhece período expulsivo prolongado mais de duas horas em primíparas e uma hora em multíparas sem analgesia ou mais de três horas em primíparas e duas horas em multíparas com analgesia. Na curva de Zhang o percentil 95 é de 3,6 horas para primíparas e 2,8 horas para multíparas)
86. “Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas)
87. Perineoplastia anterior
88. Pé nas costelas
89. Pé torto congênito
90. Placenta grau III ou II ou I ou qualquer outra classificação
91. Plaquetas baixas não oclusivas do colo do útero
92. Possível falta de vaga em maternidade para um parto normal, caso a gestante não marque a cesárea
93. Pouco líquido no exame ultrassonográfico (sem indicação no final da gravidez em gestantes normais)
94. Praticar musculação ou ser atleta
95. Pressão alta
96. Pressão baixa
97. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia, grande miopia e descolamento da retina
98. Profissão professora
99. Prolapso de valva mitral
100. Qualquer malformação fetal incompatível com a vida
101. Qualquer procedimento cirúrgico durante a gravidez
102. Reação vasovagal
103. Sedentarismo
104. Septo uterino/cirurgia prévia para ressecção de septo por via histeroscópica
105. Ser bailarina
106. Suspeita ecográfica de mecônio no líquido amniótico
107. Síndrome de Down e qualquer outra cromossomopatia
108. Síndrome de Ovários Policísticos (SOP)
109. Tabagismo
110. Trabalho de parto prematuro
111. Tricomoníase
112. Trombofilias
113. Trombose venosa profunda
114. Varizes uterinas
115. Uso de antidepressivos ou antipsicóticos
116. Uso de aspirina
117. Uso de heparina de baixo peso molecular ou de heparina não fracionada
118. Útero bicorno
119. Vaginose bacteriana
120. Varizes na vulva e/ou vagina

Fonte: estuda melania estuda - Dra. Melania Amorim





Vale muito a pena assistir (: 

toda mulher tem o direito de escolha, césaria ou não 
o parto é da mulher e não do obstetra, nem do anestesista e nem dos enfermeiros

9 comentários:

  1. Oi Emmy , também tenho pressão alta, e tenho muito medo de ter cesárea , eu quero normal por que é melhor tanto para mim quanto para meu filho né , nossa esse médico devia ser processado ele não deu a minima para sua opinião , foi pelo sus ou particular ?

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  2. Particular, :\ realmente tou pensando em processo

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  3. nossa particular , acho que se você processar vai ganhar viu , isso foi um descaso , não ligaram para oque você pensa ;

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  4. é isso mesmo Emmy no meu parto a 8 anos atrás tudo estava sendo encaminhado para eu ter meu parto normal, depois de 5 horas tentando fazer força o médico me diz mãe vamos ter que fazer uma cesariana por que seu baby não tá descendo,
    eu que tava comendo minha dor bem quietinha comecei a falar não não quero e falava cada vez mais alto até que veio uma médica e começou a me acompanhar e graças a Deus meu parto foi normal.

    http://sermamaepelasegundavez.blogspot.com.br/

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  5. Médicos desse tipo, me dão nojo!! Eles só pensam no dinheiro, e no bem estar e nas escolhas da mulher, NADA! E o pior, é que vemos cada vez mais casos assim.. É realmente muito triste. Graças a Deus, fiz meu pré natal com um anjo! Meu GO é maravilhoso, mega atencioso e me deixou livre pra escolher o melhor pra mim. De cara, na primeira consulta me disse "vamos fazer um parto normal, né?" e eu já fiquei mega feliz. Levei essa ideia até o 8 mês, quando resolvi mudar de pois ia ter minha filha em uma maternidade longe e fiquei cheia de neuras, com medo de nascer no caminho, com medo de pegar engarrafamento monstro e não conseguir chegar... Ele ficou muito chateado comigo, muito MESMO pois não queria fazer minha cesarea (lendo relatos como o seu, acho que ele é um et ahaha) e sim normal.
    Depois da cirurgia, ele veio conversar comigo, dizendo que Deus realmente sabe de todas as coisas, pois se fosse normal, eu ia entrar em TP, mas ele iria ter que fazer uma cesarea de emergencia, pq o cordão da Alice era muuuito curto. E eu percebi, vi o desespero dele e dos outros que estavam na sala, ja que quando foram tirar ela, demorou um pouco, foi bem difícil, mas graças a Deus deu tudo certo!!
    Mas, ainda tenho esse sonho de PN!!
    Planejamos outro bebe, pra daqui a uns 5 anos e vou fazer de tudo pra que aconteça!!
    Bjbj.

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  6. Ética zero, mas marquei uma "consulta" com ele mês que vem, vou ter aquela conversa, nunca atendeu meus telefonemas, viajava sempre e me deixava na mão, chegou até dizer que se eu entrasse em trabalho de parto antes do dia 13 de novembro, que eu teria com outra obstetra, pode? isso tudo depois das 20 semanas, não sei se só aqui em belém mas é dificil achar médico que pegue pré-natal depois das vinte
    complicado, não há respeito
    tive o Rafael com 37 semanas , e se ele tivesse nascido com baixo peso? nem uma ultrassom ele não pediu , e quando eu tentei marcar uma só tinha pra depois do parto, tudo em cima da hora
    Graças a deus meu filho nasceu bem e saudavel, fiquei entra a cruz e a espada com ele, eles se aproveitam do estado da mulher

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  7. Nao tenho coragem de fazer parto normal.. por isso optei pela cesária, mas na segunda consulta já avisei meu obstetra, mas se minha decisão fosse pelo normal ele teria que respeitar, e acredito que respeitaria, pois ele é bem legal.. Lamento por você amiga.. bjos

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  8. Toda mulher tem que zer aquilo que a deixa mas segura certo? acho isso uma escolha tão pessoal pra acontecer esse tipo de coisa :\

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